ESTUDO DE VIABILIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA: O QUE É, COMO FAZER E COMO NÃO PERDER DINHEIRO COM INVESTIMENTOS RUINS

O Estudo de Viabilidade Econômico-Financeira é uma análise que permite ao empresário ter uma visão sobre o real potencial de retorno sobre determinado investimento. Esse relatório é feito com base em números e projeções e determina os 3 principais indicadores de análise de investimentos: Payback, Valor Presente Líquido (VPL) e a Taxa Interna de Retorno (TIR).

Payback: é o período de retorno de um negócio, ou seja, em quanto tempo você irá recuperar o dinheiro investido.

VPL: O Valor Presente Líquido é um indicador que demonstra, a valor presente, os fluxos de caixa esperados do negócio avaliado. A taxa de desconto aplicada para se obter o valor presente reflete a Taxa Mínima de Atratividade (TMA) requerida pelo investidor.

TMA: Essa taxa fornece o valor mínimo que o investidor busca ganhar em determinado investimento, refletindo o valor do dinheiro no tempo e os riscos de um determinado mercado, de acordo com o setor e outros.

TIR: Esse indicador demonstra a rentabilidade de um projeto. Para que um projeto seja considerado viável, a TIR deve ser maior ou igual a TMA, significando que o retorno é maior ou igual ao mínimo que o investidor espera receber. Quando a TMA é igual à TIR, o projeto é capaz de gerar fluxos de caixa idênticos aos requeridos pelos investidores. Quando a TMA é maior que a TIR, o projeto é considerado inviável, pois os fluxos de caixa gerados pelo projeto, não são suficientes para suprir o custo de oportunidade dos investidores, ou seja, os investidores estão deixando de ganhar dinheiro.

QUANDO FAZER O ESTUDO DE VIABILIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA

Como o próprio nome sugere, o Estudo de Viabilidade Econômico-Financeira deve ser feito sempre que houver um projeto em fase de avaliação, que pode ser uma ação estratégica de expansão da empresa, a abertura de uma nova empresa, um investimento em um novo empreendimento, maquinário etc.

Quando o empreendedor solicita um estudo de viabilidade, ele está dirimindo seu risco de colocar seu tempo e seu dinheiro em um projeto que não trará o retorno esperado. Além de canalizar seus esforços para projetos mais próximos da estratégia individual de investimento, essa análise permite também fazer uma comparação entre o retorno que será obtido em diferentes projetos, sendo uma análise muito estratégica para gestores que precisam decidir qual projeto será colocado em prática com um determinado orçamento.

COMO É FEITO O ESTUDO DE VIABILIDADE

1- ANÁLISE DE MERCADO

Para saber o grau de aceitação por parte dos clientes, sazonalidade, o quão influenciado pela situação econômica é o negócio, entre outras premissas que possam influenciar na previsão de receita do projeto a ser avaliado, é importante saber como funciona o mercado do produto/serviço a ser empreendido.

Para fazer essa análise de mercado podem ser usados relatórios do setor de atuação, comparação de dados com projetos semelhantes (benchmark), pesquisas de mercado e dados da região em que o negócio estará inserido.

2- PROJETAR RECEITAS, DESPESAS, CUSTOS E INVESTIMENTOS (PROJEÇÃO DE FLUXO DE CAIXA)

Feita a análise de mercado, é hora de projetar a receita que será gerada nos períodos seguintes. Em geral, são feitas as projeções para 2, 5 e 10 anos após o início do projeto. É importante que o avaliador não seja muito otimista na sua projeção, usando dados mais realistas e de acordo com o mercado e investimentos a serem realizados.

Com o crescimento das receitas, é natural que também cresçam as despesas e os custos envolvidos. Por esse motivo, também é importante os projetar. Além das receitas, custos e despesas, os investimentos ao longo do crescimento do negócio devem ser mensurados e projetados para que o empreendedor não tenha surpresas ao longo do projeto.

As projeções feitas sempre devem mostrar os diferentes tipos de cenário: pessimista, neutro e otimista, sempre comparando-os e determinando aquilo que o avaliador acredita que seja mais próximo do real, tendo como base a análise de mercado feita anteriormente e premissas adotadas.

3- ANÁLISE DOS INDICADORES

Apenas a projeção do fluxo de caixa do projeto não é suficiente para determinar sua viabilidade. O mais importante é analisar as variáveis de desempenho econômicos e financeiros citadas no início dessa página – VPL, TIR, Payback, TMA – e outras, dependendo do projeto que está sendo

avaliado, como a necessidade de Capital de Giro.

É a partir desses indicadores que será determinado se o projeto é ou não viável para o investidor, de acordo com suas expectativas e premissas. Como o resultado do Estudo de ViabilidadeEconômico-Financeira está diretamente atrelado às premissas usadas durante as projeções, é importante que a análise não fique tendenciosa e nem otimista.

Exemplo: Você está pretendendo investir na aquisição de uma empresa, mas será que trará o retorno que você espera? Para não fazer um investimento errado e ser assertivo, você resolve contratar uma consultoria especializada para fazer um Estudo de Viabilidade Econômico-Financeira independente e isento, uma vez que suas análises poderiam ser tendenciosas e não refletirem o cenário real do projeto.

Apesar da empresa que você pretende investir ser um bom benchmark em seu mercado de atuação, está situada em um setor que depende muito do cenário macroeconômico do país e o cenário está ruim. Baseando-se em um crescimento baixo anual, o especialista em finanças realiza as projeções e chega à conclusão que o seu payback é muito alto, ou seja, você levaria muito tempo para recuperar seus investimentos. Isso faz com que o investimento seja arriscado, visto que quanto maior o tempo de retorno, mais imprevistos e mudanças no cenário projetado podem acontecer.

Após analisar os demais indicadores, o especialista considera que o seu projeto não está de acordo com o retorno que você esperava daquele investimento, considerando-o inviável ou apenas inapropriado para o momento. Esse estudo poupou um investimento ruim para sua empresa, apesar de parecer um bom negócio antes de fazer uma Análise Econômico-Financeira completa e aprofundada.

 

Fonte : Investorcorp